domingo, 13 de junho de 2010

Um postal vivo


O trabalho fotográfico que sustenta esta exposição é um atrevimento. Anabela Loureiro, entrou, de câmara em punho, na intimidade de um mundo que é, por si só, um fascínio: os Correios.
Instituição secular, com uma história que nem um livro daria para contar, os CTT são, actualmente, um moderno grupo empresarial público que emprega milhares de pessoas e faz circular um mundo de encomendas, para além da prestação de numerosos outros serviços de interesse nacional.
O pretexto desta grande “reportagem” foi a elaboração de uma agenda que já circula entre os seus funcionários. Esta exposição é, todavia, muito mais do que isso, procura captar a alma de uma entidade que mexe com milhões e milhões de objectos dentro e fora de Portugal. É a demonstração de que a informática e os seus meios de comunicação não limitaram o desenvolvimento de uma actividade postal cada vez mais dinâmica.
Durante um mês, a câmara fotográfica captou o ego daqueles que trabalham nos CTT e para eles, numa simbiose de necessidade e paixão por pertencer a uma casa que é amada pelos portugueses. Anabela Loureiro deixou-se envolver por esta química e descobriu de tudo, desde a tecnologia mais avançada ao meio rural, transmitindo uma mensagem viva e actual da realidade dos tempos modernos. De algum modo ela quis acentuar a vertente humana de um trabalho cada vez mais “industrializado” deixando escapar rostos, olhares, suor…conhecimento. A gestão de toda esta máquina obriga a inteligência e saber.
Este trabalho fotográfico é um postal. Ilustrado porque está impresso a cores, as cores dos CTT e do seu país. Que perdure na memória.

Joaquim Pereira de Almeida                                                     9.10.09

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